quinta-feira, 31 de agosto de 2023

 




                                                                        

                           Agosto 

 

O dia acordou cinzento

Com laivos de nostalgia

Sem ponta de cor ou brilho

Que espante mágoas distantes

_ ou cuidados mais presentes.

 

Deixou-se ficar letárgico

Numa almofada de brumas

Sem gestos desenfreados

Nem ideias fantasistas:

O mundo em tons deslavados.

 

Com uma tal disposição

Seria mesmo tolice

Chamar as cores buliçosas

A limpar o pó à vida

_ e inquietar a preguiça.

 

Seja! Que em paz a manhã boceje,

Que a tarde deslize lenta;

                                         E um brando lusco-fusco,

À margem de sol ou de lua,

Apadrinhe o dia inteiro.

 




(pic: Miles Johnston)







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