sexta-feira, 30 de maio de 2008

...ABRIGO...





…ABRIGO…



Aninho-me no teu

Marulhar,

Plácido manto que

Me embala e, finalmente,

Cala as lâminas do

Pensar.

Goteja a calma

Em cada lento,

Quase langoroso salpico,

Abrigo húmido

Onde não cabem

As raivas ou medos.

Cerro as pálpebras

E abro o olhar

Para o doce palpitar

Da claridade que

Me recebe.

E assim, adormeço a

Corrida do tempo.
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Casa das Fontes_11/09/06


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domingo, 25 de maio de 2008

...ONE...







ONE



Ondas e ondas,

Oceanos de mim

Vão; partem e vão,

Sempre e sempre e

Sem quebrarem, pelo

Caminho anunciando

Que o coração não

Desiste de chegar

À parte de si que

Enviou, antes de

O tempo ser tempo,

Antes de a luz

Te conhecer, antes de

Alguém conceber

Que poderíamos

Não ser

UM


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Casa das Fontes_30/10/06




quinta-feira, 22 de maio de 2008

...OLHAR...

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…OLHAR…


Lancei uma cortina

Sobre os limites

Do oceano;

Reduzi meu horizonte

Pelo mar de neblina:

Cresci no olhar,

Virando a esquina

Do instante.



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Casa das Fontes_06
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quarta-feira, 21 de maio de 2008

...Respira-me...






...RESPIRA-ME...





Respira-me no mar,
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Quando as ondas suspiram


Sobre a areia...


Respira-me na brisa,


Quando ondula os caules


Tenros das plantas...


Respira-me na terra que pisas


E não se queixa


Pois sabe que é mais forte


Do que tu e,


Sintas o que sentires,


Será com carinho que


Um dia te receberá


Antes de te lançar,


De novo,


A voar, no ar que é


Vida inspiradora...


Respira-me no Sol


Que dá cor ao dia...


Respira-me na Lua


Que, pensativa, te mira


E divide o seu encanto contigo...


Respira-me nas estrelas


Que convidam ao sonho


E te polvilham com lampejos de


Infinito...





Por favor, não pares de


Respirar, para que


Também eu


Respire


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Casa do Jardim _ 01








sexta-feira, 16 de maio de 2008

VOU...




VOU…*


Vou…
Vou convidar a vida
A amanhecer
De novo em mim…
Deixar que as estrelas
Desmaiem em mim, seu leito,
Manto de noite finda, em
Descanso de batalhas
Por brilhos e encantos de
Territórios lunares…

Vou…
Vou deixar que
As manhãs me
Percorram e
Acordem o latejar
De sóis por
Abrir…

…Deixar que oceanos de
Lânguidas emoções
Me embalem pelo
Entardecer dos sentimentos,
Em marés de sensações sempre-vivas
Liberta de memórias
Ou fadigas

Enquanto me espraio
Na surpresa que o
Crepúsculo desembrulha
Entre céu
E mar

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Casa das Fontes - 30/04/08



* _ Dedicado à minha amiga Maria… e não só…

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domingo, 11 de maio de 2008

...INSTANTE...

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INSTANTE
...



A onda bateu a asa

No dorso do vento;

A gaivota vestiu-se dos

Cristais de

Luz

_ E o céu sucumbiu

À embriaguez do

Momento.

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( Casa das Fontes – 06 )



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quinta-feira, 1 de maio de 2008

...A Minha Cor...



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A MINHA COR




A minha cor é o verde,

Como a simples erva

Que se eleva

Ao encontro do céu

A minha cor é o azul,

Como a exuberante

Plumagem

Do pássaro que

De mim

Voa

A minha cor é o violeta

Como a pétala

De frescura

Onde vem beber

O orvalho...

A minha cor é o laranja,

Como o dia quando nasce, ou

Quando, ruborizado,

Se deita no mar.

A minha cor é o amarelo,

Como a flor

Que gira, a

Distrair o sol

Enquanto o rouba.

A minha cor é o rosa,

Como a nuvem que

Foge ao crepúsculo.

A minha cor é a das cinzas,

Transmutadas na prata

Que a lua desdobra

Sobre o mar.

A minha cor é o dourado,

Como os estilhaços

De estrelas

Que se banham

Na beira-mar

Da noite.

A minha cor é o preto,

Como o manto de sossego

Onde acalmo

O inquieto viver.

A minha cor é o branco,

Como o suspiro de luz

Que cala os

Meus temores.
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01/04 - “Casa da Água”




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